Ações para melhorar o Sistema de Saúde dos Militares de Pernambuco foram discutidas em audiência pública da Assembleia Legislativa nesta segunda. O debate foi motivado por denúncias de falhas no atendimento aos usuários. Um vídeo feito durante visita de inspeção ao Hospital da Polícia Militar, no Recife, foi exibido durante o evento. Os registros revelaram falta de medicamentos, estruturas danificadas e insatisfação de pacientes. O deputado Coronel Alberto Feitosa, do PL, que solicitou a audiência, dá mais detalhes.
“A gente percebeu uma grande desorganização no sistema de saúde. Repito aqui: a gente sabe do esforço que fazem aquelas pessoas que lá estão servindo, mas se nao tem recurso, se não tem planejamento, se não tem apoio do próprio Comando Geral ou da própria Secretaria de Defesa Social ou, sobretudo, do Governo do Estado, fica difícil quem está na ponta do sistema dar resultado.”
O deputado federal Coronel Meira, do PL de Pernambuco, disse que direcionou 22 milhões de reais via emenda parlamentar, no ano passado, para ser investido no Sistema de Saúde dos Militares. A maior parte dos recursos federais seriam para a construção de uma nova sede para o Hospital da Polícia Militar, que contaria com 5 UTIs e um centro de exames.
“O ano de 2024 foi se passando sem que o Governo de Pernambuco realizasse as ações meramente burocráticas. E nós tínhamos conversado e acertado. Aqui não teve nenhuma loucura da minha equipe e do coronel Meira. Antes conversamos e ajustamos tudo. Necessárias a transformar tudo isso em realidade. Era só fazer as transferências de recurso. Um completo descaso. Um descaso que nos obrigou, para não perder este recurso, destinar a outros destinatários.”
Representante da Diretoria de Apoio ao Sistema de Saúde, o coronel Renato Aragão disse que, apesar de ter assumido o setor há apenas dois meses, já apresentou um plano de reestruturação ao governo do Estado. Segundo ele, a proposta envolve a contratação de pessoal, reforma do hospital da PMPE e mudanças no modelo de financiamento do sistema.
“Então foi apresentada esta reestruturação que passa por vários eixos, dentre os quais inicialmente a reforma completa do nosso hospital, com tratativas bastante avançadas. A construção de um anexo, como bem falou o coronel Meira, também está dentro deste plano, na área do estacionamento; contratação simplificada de médicos e técnicos que vão apoiar esse corpo médico e o autofinanciamento do Sismepe, que vai passar por uma mudança básica da cobrança. Claro que o Governo continuará subsidiando aqueles que mais precisam, mas que trará pra gente um avanço na ordem de R$ 8 milhões na arrecadação.”
A audiência pública desta segunda foi promovida pela Comissão de Saúde e pela Frente Parlamentar em Defesa da Saúde Mental dos Pernambucanos. Coordenador da Frente, o deputado Joel da Harpa, do PL, defendeu a participação do Poder Legislativo no grupo de trabalho que deve planejar as ações . “Pedimos ao Governo do Estado para termos um assento, através da comissão de segurança pública desta casa, termos um assento nesta mesa, nesta negociação que está sendo feito, neste grupo de trabalho e que as entidades representativas também sejam, convidadas para este grupo de trabalho para que a gente acompanha isso. Porque a gente é cobrado no dia a dia.”
O presidente da Associação de Cabos e Soldados, Luiz Torres, pediu que os profissionais da reserva voltem a ser aceitos após a reestruturação do sistema. Já José Roberto Vieira, que preside a Associação dos Praças de Pernambuco, falou sobre a evasão de usuários para planos de saúde particulares.